quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Lembrei de um texto do Mário Prata que dizia sobre ser escritor. Que precisava talento e sorte.
Penso que pra tudo se precisa disso. Junto e misturado.
De nada adianta o talento sem a sorte. Que pode vir de conhecer a pessoa certa, de ter lido ou ouvido alguma coisa, ou ganho na loteria.
Mas a falta de sorte também pode ser boa.
A falta de sorte numa coisa pode te mostrar o talento em outra. E daí você foca, centra tuas forças nisso. E reza.
Nem sempre dá certo, ou dá certo por muito tempo. Mas há sempre aquele mini-segundo em que alguém se aproxima...
Você não sabe o motivo dele estar sorrindo.
Na verdade, você sabe exatamente o que fez pra merecer aquele sorriso, mas você está tão absorvido pelo próximo passo que quase não reconhece o que vê.
Deus, um cara alto e meio surfista, olha pra você e entra no mar.
Sorte é uma coisa que todo mundo tem.
Um casal briga na parada de ônibus ao telefone. Um deles briga. Ou outro não vemos. Pode estar noutra cidade, ou país. Ser homem ou mulher.
O que vemos é uma pessoa aos gritos.
Ao telefone ele diz que não esperava aquilo. Fala de um João, que talvez seja filho. Ou amante.
Moravam os dois em um prédio do centro da cidade. Ele, José, largou Laura após 10 anos de casados. A causa? Pedro. Moço ainda, estudante de Farmácia.
Após 3 anos de amor vivido, Pedro cai em desgraça com Laura.
Os amores são coisas mais clichês do que a palavra clichê. Se botam num filme tua história, alguém vai dizer:
- Aaaah, capaz que isso acontece.
A sorte é você estar na parada de ônibus quando um cara tenta atender ao telefone. E a ligação cai. Ele não retorna e ninguém mais liga.
O talento é você inventar pra ele uma ex, um marido e convencer todo mundo que não é louca.

Um comentário:

  1. Me lembro de uma série chamada Any human heart que o personagem sempre diz "A life is all about luck. In the end that's all there is... all the good luck and all the bad luck you've had."

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